666 - Análise Textual



"Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis."(Apocalipse 13:18)

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O número 666 tem sido visto com espanto por muitas pessoas devido ao seu uso no texto bíblico como a marca da besta. Este artigo tem o objetivo de esclarecer apenas o significado textual e não responde definitivamente qual é a marca da besta. No entanto, a compreensão idiomática é de vital importância para obtermos a reposta definitiva sobre este assunto. No final deste artigo você encontrará o link que responde à pergunta: "O Que é a Marca da Besta?" e p vídeo.

Expressões idiomáticas.

No texto bíblico, a repetição é usada como um método para dar destaque a um assunto ou a uma frase. A linguagem bíblica não faz uso de superlativos e, por este motivo, ao invés de dizer "santíssimo", eles diziam "santo, santo, santo"(Is 6:3) ou ao invés de dizer "verdadeiramente vos digo" Jesus dizia: "em verdade, em verdade vos digo"(Jo 5:25). Portanto, quando uma expressão ou número é repetido ou multiplicado, não se trata exatamente um numeral exato, mas de uma expressão idiomática superlativa ou uma forma de destacar algo. Um bom exemplo que eu poderia deixar foi a resposta de Jesus ao questionamento de Pedro: "Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete."(Mt 18:21,22). A resposta de Jesus, até mesmo para nós hoje, não é compreendida literalmente como uma limitação para perdoar extamente 490 vezes, mas um chamado chama a sermos misericordiosos de maneira extensa e incontável.

O significado do número "6".

Agora que sabemos que a repetição do número 6 é uma forma de destacar o seu significado, podemos observar o seu uso no texto bíblico. Assim como o número seis é repetido três vezes no verso em questão, encontramos três significados bíblicos para ele:

O número de um homem: Apocalipse 13:18 faz referencia ao número seiscentos e sessenta e seis como o número de um homem. Esta tradição surgiu pela criação do homem no sexto dia(Gn 1:26). O número seis tornou-se um símbolo da imperfeição do homem diante da perfeição de Deus representada pelo numero sete.(Ex 20:8-11)

A apostasia: O afastamento dos caminhos do Senhor também pode ser representado pelo número seiscentos e sessenta e seis. Quando a bíblia se refere à riqueza de Salomão obtida durante o seu reinado, este número aparece com exatidão. Todos os anos salomão recebia "seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro."(1Rs 10:14 e 2Cr 9:13). Este número impressionante é visto, na maioria das vezes, como um mérito de salomão. No entanto estes capítulos narram o momento de apostasia do rei Salomão visto que eles descrevem o rei juntando para si ouro, prata, cavalos e mulheres. Em Deuteronômio lemos: "Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos. Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho. Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si." (Dt 17:15-17)

A idolatria: O sistema sexagesimal(baseado no número 6) que usamos hoje teve origem na Babilônia e utiliza 60 algarismos e suas variações do número seis. Este sistema deu origem à contagem de horas com 60 minutos, minutos com 60 segundos, às dúzias e etc... No Apocalipse encontramos frequentemente o marcante contraste entre Jerusalém, a cidade santa e Babilônia, a grande prostituta. No texto bíblico encontramos um dramático episódio que também foi marcado por este número quando "O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de babilônia."(Dn 3:1). Observe que as medidas do monumento são de 60x6. Na Babilônia alguns deuses eram classificados pelo número 6, outros recebiam a classificação de 60 e todo o panteão de deuses babilônico era representado pelo número 666. É impossível não notar também  o paralelo existente entre o capítulo 3 do livro de Daniel com o capítulo 13 de Apocalipse. Em ambos, além da presença do número seis, temos o povo de Deus sendo forçado a uma falsa adoração e há um decreto de morte por parte do poder dominante. 

Por tanto, podemos concluir que o número 666 apresentado no apocalipse representa a obra humana de apostasia e de falsa adoração. O conhecimento deste assunto é de vital importância para a compreensão da postagem sobre chamada  "666 - O Que é a Marca Da Besta?"

Vídeo:


Autor: Marcos André

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