O SÁBADO NA LITERATURA DA ASSEMBLÉIA DE DEUS

Apesar das muitas tentativas para tentar provar que os mandamentos da Lei de Deus perderam a validade, muitos autores deixam escapar a importância da lei de Deus em seus comentários. Qualquer estudante sincero das escrituras precisa, em algum momento, reconhecer a importância da lei do Senhor no processo de santificação do Cristão.
Este artigo não tem o objetivo de afirmar que estes autores defendem a validade da lei e a guarda do sábado, mas que até mesmo um autor antinomista reconhece a importância dos Mandamentos de Deus.

Vejamos o que dizem alguns autores sobre determinados assunto:

A Lei de Deus dos Dez Mandamentos:
O Pr. Carlo Johansson autor da Assembleia de Deus firma:
“A lei é a vontade de Deus, no Decálogo”. – Síntese Bíblica do Velho Testamento -  pág. 48. 
“O decálogo—o fundamento do pacto e o mais essencial da lei, como também a condição para vida e felicidade”. – “Síntese Bíblica do Velho Testamento”, pág. 116.

O Pr. Myer Pearlman professor de muitos pastores, inclusive do Pr. N. Lawrence Olson, por muitos anos o orador do Programa de Rádio A Voz das Assembleias de Deus, assim se expressou:
“Os mandamentos representam e expressão décupla da vontade de Jeová e a norma pela qual governa os Seus súditos”. – “Através da Bíblia”,  pág. 25, 26.
- Obs.: Notem que ele utiliza o verbo no tempo presente (“representam”, e não representavam, e “governa”, e não governava).

Emílio Conde, conhecido como Apóstolo da imprensa evangélica pentecostal no Brasil. Ele compôs vários hinos da Harpa e deixou um grande legado para as Assembléias de Deus no Brasil.
“A Bíblia nos mostra a sagrada Lei de Deus: ‘faça isto’, ‘não farás!’. Êxo. cap. 20. E essa Lei deveria ser observada, cumprida rigorosamente — e até aos nossos filhos a deveríamos fazer conhecer. Deu. 6: 1–13. A Palavra de Deus é, sob certos aspectos, autoritária! Ela nos fala de modo imperativo.” — “Lições Bíblicas”, 07/12/1966, p. 12.
Pr. Myer Pearlman escreveu:
“Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua alma”. – “Conhecendo as Doutrinas da Bíblia”,  pág. 91.
 Pr. Orlando Spencer Boyer, comentarista, escritor, pastor, professor e autor de muitos livros, registrou estas palavras sobre o Decálogo:
“Não se deve pensar que não existia nada destes mandamentos antes de Moisés. Foram escritos nas mentes e nas consciências dos homens desde o princípio”. – “Pequena Enciclopédia Bíblica”,  pág. 198. 
“Não há pecado que não é condenado por um dos Dez Mandamentos”. – Ibid.

Sobre a diferença entre a Lei Moral e a Lei Cerimonial lemos:
Pr. Boyer nos apresenta aquilo que tem aprendido de Deus, em anos de estudo da Palavra:
“Algumas pessoas dão ênfase à distinção entre mandamentos ‘morais’ e mandamentos ‘cerimoniais’.  As exigências ‘morais’ são aquelas que em si mesmas são justas e nunca podem ser revogadas. Ao contrário, as leis ‘cerimoniais’ são aquelas sobre observâncias, sobre o cumprimento de certos ritos, por exemplo: os mandamentos acerca dos holocaustos e o incenso. ... As leis ‘cerimoniais’ podem ser abrogadas na mudança de dispensação, mas não as leis ‘morais’.  É certo que existe tal distinção”. –
“Marcos: O Evangelho do Senhor”,  págs. 38 e 39.
Pr. Antonio Gilberto, também da Assembleia de Deus, confirma:
“A parte moral da lei é eterna e universal”. – “Manual da Escola Dominical”, pág. 86.
Qual é a  Origem do Sábado do Quarto Mandamento?
Num livro preparado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), para tirar algumas dúvidas sobre certos assuntos lemos esta declaração:
“O observador mais acurado vai perceber que o sábado não é um mandamento originado na lei mosaica (Gên. 2:3), ainda que mais tarde a ela incorporado”. – “A Bíblia Responde”, pág. 123.
Pr. Carlo Johansson, escreveu estas palavras:
“O sábado tem a sua origem na criação, Gên. 2:1-3”. – “Síntese Bíblica do Velho Testamento”, pág. 42.
Pr. Myer Pearlman, completa o que foi dito acima, da seguinte maneira:
“No sétimo dia Ele descansou, dando ao homem um exemplo, trabalhando seis dias e descansando no sétimo”, pensamento que ele reforça acrescentando: “O Grande Arquiteto do Universo completou em seis dias Sua obra da criação, e descansou no sétimo dia”. – “Através da Bíblia”, pág. 14.
Portanto, a origem do sábado, ao contrário do que ensinam alguns cristãos desinformados, não é na Lei dos Dez Mandamentos, no Monte Sinai. Conforme vimos, os estudiosos da Bíblia, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus afirmam que foi na semana da criação. Seis dias de trabalho, e o sétimo para o descanso e culto.

Jesus e o Sábado:
Alguns cristãos pensam que Jesus combateu o sábado do quarto mandamento. Será mesmo?

A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) publicou um livro, comentando, brevemente, toda a Bíblia. Nele nós encontramos:
“O zelo dos fariseus não era pela Lei de Deus, mas das suas próprias tradições. Tinham tornado o dia de descanso em um dia cheio de preceitos e exigências absurdas. Jesus deliberadamente pisou-as, e estabeleceu o princípio de que 'é lícito fazer bem no sábado'(v.9)”. – S. E. McNair, “A Bíblia Explicada”,  pág. 355.
Comentando sobre Mateus, capítulo 12, o Pr. Myer Pearlman escreveu:
“O capítulo 12 registra a oposição dos fariseus a Jesus. Seus motivos para opor-se a Ele eram os seguintes: Sua origem humilde; Sua associação com os pecadores; e a Sua oposição às tradições. O capítulo 12 descreve a oposição vinda pela última razão mencionada”. – “Através da Bíblia”,  pág. 193.
“Jesus é o Senhor do Sábado e Ele (não a tradição) determina o que é 'legal' fazer ou não neste dia santo. O sábado foi estabelecido para o nosso benefício, e não como um peso para a humanidade (Mc 2.27). O princípio dominante é que o sábado foi criado para se fazer o bem. Aquilo que funciona como uma resposta às necessidades humanas exalta o princípio do sábado, ao invés de transgredi-lo. Finalmente, até Deus está ativo aos sábados; portanto Jesus tinha o direito de fazer Suas boas obras neste dia santo (Jo 5.17)”. – Richards, L. O. (2008). “Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento”, 3.ª edição, ed. CPAD, p. 150.
“A palavra hebraica para Sabbath significa ‘cessação’. O Sabbath era o dia santo e o dia de descanso tanto para os homens quanto para os animais (Êx 20.8-11). Esse dia celebra o descanso de Deus depois de Sua obra de criação do mundo (Gn 2.2). Deus estabeleceu o padrão para a vida - trabalhar seis dias e descansar no sétimo. Assim a origem do Sabbath encontra-se no relato da criação. No monte Sinai o Sabbath - já em existência tornou-se formalmente parte da lei (sua observância é um dos Dez Mandamentos) e um sinal da aliança com Israel e de seu relacionamento com esse povo (Êx 20.8-11). Guardar o sábado era um sinal que demonstrava submissão a Deus e honrá-Io trazia grandes bênçãos (ls 58.13,14)”. – 8. Rhodes, R. (2007). “O Cristianismo Segundo a Bíblia: A Religião Cultural e a Verdade Bíblica”, 1.ª ed., RJ: CPAD, p. 194-195; Citado em: “Lições Bíblicas”, CPAD, 4.º Trimestre de 2011, Lição 11 (“O Dia de Adoração e Serviço a Deus”).
Outra vez, o  Pr. Myer Pearlman escreveu um comentário do Evangelho de João. Vejamos o que ele disse sobre João 5:15-20 (que é o texto preferido de que muitos crentes usam para tentar “provar” que Jesus “trabalhou” no sábado):
“'Mas Ele [Jesus] lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também'. Noutras palavras, Deus trabalha no sábado, sustentando o universo, comunicando vida, abençoando os homens, respondendo as orações”. – “João - ‘Ouro Para Te Enriquecer”, pág. 59.
Como o Cristão Demonstra o Seu Amor a Deus?
Referindo-se a 1 João 2:2-6 e 5:2 e 3, o mesmo Pr. Pearlman escreveu, apropriadamente, estas palavras:
“O nosso amor a Deus encontra a sua manifestação na observância de Seus mandamentos. ... Obediência aos mandamentos de Deus em imitação de Cristo. ... Assim sendo, ele [o apóstolo João] ordena aos homens que deem prova do seu conhecimento de Deus. Para saberem de certo se têm ou não o conhecimento de Deus, a prova é simples—guardam os mandamentos de Deus?” – “Através da Bíblia”,  págs. 344 e 341.
Isso está perfeitamente de acordo com as palavras do Senhor Jesus, em João 14:15 e 21, que diz:
“Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos. . . . Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei, e Me manifestarei a ele”.

Assim, podemos concluir que, mesmo a literatura da Assembleia de Deus, assume que os mandamentos de Deus são eternos, vitais e oriundos do relacionamento de amor entre Deus e o Homem.

Autor: Azenilto Brito

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